sábado, 28 de março de 2009

Tudo uma questão de visão periférica

Cada vez mais eu descubro que o futuro é um vetor duvidável. Espontaneo e sem fim. Fim que no regressar do tempo foi o início. Acredito friamente nisso: O tempo é contado de acordo com o nosso tempo. A escravidão veio depois de mim, o socialismo é só uma idéia na cabeça dos russos. Os carros voadores? Passado. Meu tempo é contado de tras pra frente (síndrome de Benjamin Button). Eu vou em direção à infância quem sabe? O tempo é uma idéia inconsistente, impalpavel, logo para mim, é praticamente inesistente (ceticismo é fogo). E eu entendo que as pessoas discordem, eu discordo de mim mesma o tempo todo. E entendo que outros concordem, ou fiquem hipnotizados com a teoria. Talvez me chamem de insana, e anormal, elogios os quais já me acostumei, além do mais, como um sábio me disse um dia desses: As mudanças socias vem das bases insanas. 'Frase sábia, fato.' Tenho orgulho das minhas fontes "filosóficas". O importante, para o meu egoísmo juvenil, é que toda vez que eu penso nos próximos dez anos da minha vida, eu vejo um fundo preto. Na verdade, mais que isso, vejo um fundo preto, daqueles de cinema, quando o filme já está rodando nas manivelas da sala de publicações, mas só se ve o fundo preto e o chuviscado de neve nas falhas da fita. Escuto os sons abstratos também. É impalpável o meu futuro. E saber que eu não formei planos, me assusta. Bem, eu não sou tão anormal a esse ponto, eu tenho vontades e desejos. Mas não os vejo alcansados, não os vejo na minha frente. O futuro fará seu papel, saberemos.
...
Morena do namorado armário
.
Moça do cabelo enrolado,
me tira o sono, me tira a fala.
Moça do olho arregalado,
me tira a poesia, me atrapalha.
Moça bonita do cabelo encebado,
no seu caderno dexei um recado.
"Vem pra mim, e desiste do teu namorado."
...
...
...
...
Choro ao leite pós posto
.
Ó vida! Por que escolhestes este caminho?
Por que fizeste de minha alma um pobre vizinho,
de olho na grama alheia?
.
Ó vida traiçoeira,
puzeste em minha mão a dádiva que desperdicei
Agora cato os fragalhos
da dádiva que despedacei.
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Preciso encontra-lo,
dizer que me arrependo.
Palavras vazias não hão de traze-lo,
enfim, já o reconstruiram.
.
Outras mãos, mão estranhas
reconstruindo a minha dádiva.
Quem mandou derruba-lo?
...
Eu gostaria de assistir tudo de fora. Daria uma ótima novela. Visão periféria, eu repito. Não queria me envolver nas tolices que nossa geração decadente faz. Fazer como né?

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