quinta-feira, 30 de abril de 2009

Confições de uma adolecente em pseudo-crise.

Não. Não quero ouvir outra vez o mesmo discurso tolo, e as mesmas palavras estúpidas que ouvi repetidas e seguidas vezes no curso de uns dois ou tres anos. Não, eu não quero ser controlada ou vigiada pelos seus olhos de águia em pé de ataque, pronta para sobreovoar a minha cabeça e deixa-la jazida ao chão. Não quero os maremotos rotineiros sempre que alguma coisa não sair de acordo com os seus planos para o meu futuro, os quais eu não concordei, e nem tive oportunidade de externar a minha opnião. Sim, eu quero a 'independência', eu quero à Roma e aos romanos, à taça e ao vinho, ao desejo e às realizações tanto quanto ao mérito e às gratificações. Mas quero-os por meu mérito, e minha batalha. Não preciso de nenhum ditador ranzinza gritando no meu ouvido, lançando ordens que eu não sei decifrar. É desanimador não falar a lingua do patrão, rola uma quebra na comunicação; vai ver o problema é todo a comunicação. Vai ver é o fato de eu tentar desvenda-los(vício impune). Mas os dias continuam nascendo, as flores brotando, os sóis se pondo-como se houvesse mais de um sol. E como se houvesse mais de uma manhã, e mais de um mundo, perdemos a noção de reatividade, e deixamos-a evoluir pelos anos. E por isso, eu engolirei mais uma vez os soluços e as reclamações, as dores e enchaquecas, e iei ebora. Sem falar ou fazer estardalhaço, só ouvir e acenar com a cabeça nos momentos importantes. Então, por isso, ADEUS. E eu os lembro, que estou de férias.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Mais um conto de amor

Sonhava acordado. Como em uma outra tarde monótona qualquer no trabalho. Lia os relatórios semanais porque era sexta feira. Via o corre corre da sexta feira, pessoas saindo, desejando bom fim de semana. E ele em nada pensava, nada que não a hora que saisse daquele lugar e pudesse se sentir livre. Ela já deveria estar saindo, e em breve ligaria para ele perguntando onde ele estava, e ele diria que estava chegando, que não se preocupasse. Ah, como aquilo o engolia, ele desejava que desse logo cinco horas e ele pudesse ir, pudesse encontra-la. Ela, sentada no chafariz da praça em que eles sempre se encontravam às sextas feiras, o cabelo solto ao vento, os olhos distantes, a boca se movendo suavemente, cantarolando alguma canção dos beatles, a blusa colada no seu corpo, pelo suor do dia, as pernas crusadas, num elegante ângulo, a saia caida, pendendo para um dos lados. Tão linda, ela provavelmente não saberia o quanto um homem poderia acha-la sensual. O celular tocou, tirando de seu pensamento toda aquela imagem linda, todo aquele pedaço de mulher, esperando ele, sentada ao chafariz. Era ela, dizia com a voz tranquila e morna que estava indo para o ponto de encontro, ele olhou para o relógio em cima da escrivaninha, 16:58, ele disse que estava saindo também. Eles disseram então que estavam anciosos para se verem, e ela disse que estava pensando em deixar o rumo do encontro fluir. Isso o deixou maluco, e mais ancioso ainda. Eles desligaram, e ele saiu correndo dali. Passou na floricultura e comprou uma rosa, não por achar o buquê caro, mas por saber que uma rosa era suficiente. Chegou ao chafariz pouco antes dela vir caminhando, com o passo macio, com a cabeça erguida de um jeito meigo, com os olhos castanhos fitando-o. Ele sentiu um arrepio, os pelos do seu braço se eriçaram, ela chegou, o abraçou e beijou-o, com força suficiente pra ele sentir a pressão dos seios dela no seu corpo. Era lindo, eles estavam incrivelmente apaixonados, tão apaixonados que talvez fosse mentira. Eles tiveram um ótimo fim de tarde e início de noite. Eles então pegaram um táxi, e quando ele dizia ao taxista que levasse-os para a casa dela, de onde ele iria embora de ônibus, ela o corrigiu, e disse que a noite ainda não acabara, que ela iria para a casa dele. Eles chegaram, ele pagou o taxista, ela entrou na casa. Logo em seguida ele também entrou, ela pegou duas taças e uma garrafa de vinho rascante. Esvaziaram a garrafa, logo, outra, e mais outra. Não é preciso dizer o que houve depois, é completamente previsível, e todos já tinham conhecimento do que aconteceria. Mas, não foi prazer por prazer, não foi a carne com a carne. Foi sentimento, foi bonito, foi além do desejo de um homem pelo corpo nu de uma mulher bonita. Eles dormiram, tanto cansados pelo fim da noite, quanto pela bebida. Ela acordou no dia seguinte, saiu da cama de fininho para não acorda-lo, fez o café da manhã, levou pra ele em uma bandeja. E ficou olhando, com aquele olhar que somente os apaixonados fazem. Depois, eles sairam, riram e cada um foi para a sua casa. Ela sentou na frente da televisão e foi assistir a mais algum filme de amor. Ficou com um sorriso bobo na cara, pensando nele e decidiu que ligaria pra ele. Ele estava tomando banho, pensando em como era sortudo por ter aquela ruiva ao seu lado sempre, quando o seu telefone tocou. Era ela, dizendo que estava com saudades, ele disse que também estava, que a amava, ela disse o mesmo. Combinaram de sair no dia seguinte, e no outro, e no seguinte, durante umas duas ou tres semanas consecutivas. Estavam amarrados ao clichê da vida amorosa, e eles sabiam.Estavam amarrados ao clichê da vida amorosa e não podiam estar mais felizes.
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Para aqueles que sempre dizem que só tenho textos tristes, o mais bonito que o amor pode dar. Não, eu não estou apaixonada, mas estou num dia bom. Sim, também sei que é só mais um conto bobo de amor, daqueles água-com-açúcar que se vê em todos os filmes americanos. Mas é o meu conto de fadas, minha história boba, e eu gostei dela. Felizes os que têm o prazer de deleitar-se em uma dessas.

sábado, 18 de abril de 2009

Entre um comprimido e outro.

Ai, quanto tempo. Tanto tempo que dói. É inacreditável que eu tenha suportado tanto tempo sem escrever. Vou aposentar o blog. Por mais que não seja permanente, ele precisa de férias. E eu preciso por a mão na massa. Estudos, talvez. Me empenhar um pouco mais nas coisas que eu tenho feito. Enfim.
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Não sei o que há de errado comigo, e não sabe-lo de fato me incomoda.
Talvez eu saiba e esteja fechando os olhos, negando terminantemente o que eu vejo, ou não.
Estou apelando para a clássica resposta de o problema é do mundo, e não meu.
O problema é que ela já não mais me satisfaz;
e a satisfação é a única coisa que eu venho pedindo.
A satisfação, a glorificação pessoal; quero acabar com toda a modéstia, e me embebedar do egocentrismo, mas, para isso, eu preciso realisar meus objetivos.
O problema é que os meus objetivos parecem correr de mim.
E os meus desejos se esvaem, como um momento que passou.
Eu fechei os meus olhos, por um segundo, e o momento se desfez.
Se desfez com a rapidez do piscar dos meus olhos.
E essa rapidez me assusta.
Eu desejo que as dores de cabeça passem.
Desejo que a minha inspiração se esvaia; talvez eu me torne normal.
Se bem que eu não sei o que é que faz uns normais e outros anormais.
A consepção é pessoal.
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Texto de alívio, entre um dorflex e o tylenol. A enxaqueca me persegue, adeus.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Amém

E durante a minha árdua caminhada
deparei-me com a dura e triste verdade
Meus passos incertos me levam a lugar algum
meus vacilantes pés dão voltas ante a multidão.
Minha mente desvincila os rostos da arte,
e tudo que vejo são vultos ocultos pela opacidade do meu pensamento.
Cansei de estar entre todos e continuar a ser ninguém.
A ter um pensamento vasto a ser amplificado e pensar em nada.
Em ter todos os lugares para desvastar, e só me acomodar na minha cama não anatomica.
E de sorrir sempre sem saber o porque.
Porque eu sei que a cada passo que dou, caminho em direção ao meu destino.
Destino imutável ainda que cruel.
Caminho em direção a uma morte sem horas marcadas.
E isso destrói a minha perspectiva de um mundo feliz.
Imagino, sonho, voo longe como qualquer ser vivo,
que busca nas ultimas gotas de dignidade um pouco do gozo que nos faz querer viver.
E essa busca, meio que me tomou como inteiro e se tornou de único a minha vida.
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Pré viagem, pré idiotices, pré estudos, pré stress.
Pretendo intensamente ter mais motivos de riso que de lágrimas na volta.
Amém

domingo, 5 de abril de 2009

Como em um filme de horror.

Correm boatos sobre a minha sanidade. Correm boatos, correm. E se escondem todas as vezes que chego perto de alcansa-los. Correm boatos, correm. Espalhei armadilhas por ai. Quem encontrar um boato perdido, me grite!
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Sorrio, embora minha imagem interna se destoe.
Sorrio, embora não encontre tempo para tirar as manchas de esmalte das minhas unhas.
Sorrio, embora a minha dor me consuma todas as noites.
Sorrio, pelo simples ato de sorrir, tão costumeiro e passageiro.
Enquanto minhas memórias se desfazem como carne em putrefação.
Sorrio, e vou perdendo cada vez mais um pouco de respeito, alegria e principalmente sanidade.
Porque a cada suspiro, minha carne se torna mais fraca, e minha mente mais obtusa.
Comemoramos os anos passados ao contrário.
Tememos a morte, e fazemos de tudo para evita-la, mas cada ano que damos em sua direção, comemoramos.
Comemoramos o que?
Mais um ano de orgasmos bem vividos, ou de impotências destoadas.
Comemoramos mais um dia de mágoas, menos um dia de vida.
Comemoramos a tolice de amar, de lutar, de querer.
Enfim, comemoramos, porque é a única coisa que sabemos fazer.
Caso contrário, a crise nos assoma, nos atola, nos engloba.
E como pequenos ratos engasgados com o veneno, nós morremos sufocados pela impotência de fazer algo diferente.
Talvez, eu esteja caminhando na direção contrária.
E a correnteza esteja sendo teimosa em me trazer pra trás.
Acredito realmente nessa teoria.
Mas, eu tenho que tentar, enfrentar esse caminho agonisante, enfrentar o medo palpável que dança na minha frente.
A indelicadesa me convida para o baile, e eu venho há muito rejeitando esta convocação, temo que a curiosidade me embrulhe e que eu resolva dar-lhe uma chance.
Chovem lágrimas, lágrimas que choram sozinhas as suas inconcistências.
Tão diferentes do meu medo, elas são inseguras.
E o meu medo avança com tamanha ferocidade, que eu acredito que atropele o descuidado que pousar em sua frente.
Acredito que atropele os sentimentos que focam a minha paz.
E eu não consigo enxergar por entre os embaçados dessa manhã fria.
E a única certeza que eu trago comigo é que eu ainda tenho um ano inteiro de frustrações e perigos pela frente.
É um pesadelo interminável.
Espero com todas as forças do meu coração que daqui a pouco o despertator comece a alarmar e que eu acorde com o rosto suado e a garganta seca.
(Foi só um sonho, o pior já passou.)
Está tudo em negativa, a perspectiva foi lançada, é tudo depreciativo.
E a depreção se mostra uma amiga constante e inoportuna, como uma sombra numa rua escura.

...
As declarações estão mais vagas, interprete como quiser.