quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sola mañana

Eu não quero que meu orgulho saia ferido, nunca mais. Não quero me ferir pelas inconstancias dos sentimentos alheios. Meu orgulho é o mais importante da relação. É hoje, será amanhã, sempre. Eu podia viver uma história de conto de fadas, uma daquelas que a gente assiste nos filmes estadounidenses, que sempre têm dois caras muito dos bonitões disputando por uma Maria. É, eu podia ser Maria. Ah, qual o problema de querer sempre o melhor? Acho normal, é só uma pequena ambição que me leva para frente. E ainda assim eu tenho o dom de me achar boa de mais para qualquer um, eu acho que ninguém é perfeito o suficiente para mim, ou seja, ninguém atende as minhas nececidades desnecessáriamente idiotas: ele tem de ser mais alto que eu, tem que ter um nome bonito, tem que ter olhos claros, cabelo cacheado, um bolso bonito, tem que ser pelo menos dois anos mais velho que eu, querer cursar uma boa faculdade, ser bem bonito, ser o charme em pessoa, ter uma família legal e divertida,e claro, tem que me amar pra caramba. Pra que tudo isso, se dentre todas só a ultima faz sentido? 'Alooou' eu to aqui, me manda um Michael dos olhos azuis, manda? Não, porque além de tudo o cara tem que ter uma paciencia de jó pra me aturar, porque eu sou a irretantezinha, a estressadinha, a xata. A invejosa, ciumenta, possessiva, e eu sei de tudo isso. Eu emburro a cara pelos motivos mais idiotas e dessamarra-la é difícil que nem cortar pedras com faca de manteiga. Enfim, não sou uma pessoa de genio fácil, fazer o que?
Sola mañana,
sola mañana mia.
Me desperte temprano en una noche de ilusiones.
Tus ojos miran me,
veo tus ojos llenos de contentacion,
y cada ves más me lamento de no ser o que tu esperas.
Yo no soy poeta, sabe?
Ya no tengo la inspiración que tomaba mi aire,
y las palabras ya no se adaptan tan bien como antes.
Y cada ves más.
No paro de lhorar,
lhorando por haber dejado atrás todo
todo lo que me hacia solo
Hice todo perfecto
Todo perfecto para tu.
Saber que cada dia viveré una mentira
Si no viven con ustedi
No tengo tu sonrisa para mí felicitar
Yo sé, nadie que digo va a cambiar tu piensamientos,
pero tendo que hacer con que tu veja
que la vida sin tu,
es como viver sin soles
es como vivir sin aires
Como hacer el propio lecho de muerte.
Y aunque yo tengas a tu, yo podre evitarlo.
Não faça das minhas palavras meros borrões no escuro.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Breu de ilusões.

Sabe o que me dá medo? É o breu. É a inesistência de luz, mesmo que das estrelas. Você consegue imaginar um mundo sem energia, sem luz de estrelas, sem vagalumes? Um mundo completamente escuro, onde você não vê nada? Eu tenho medo. Mas provavelmente eu estaria adaptada a isso. A vida é uma questão de cotidiano, de adaptações, sucessivas vezes. Adaptações imperseptíveis, como a cor do cabelo, o tamanho dele, um centímetro a mais um a menos. Imperseptível. E se todos nós tivessemos olhos azuis e cabelos lisos? Quem fosse moreno com os olhos escuros e cabelos cacheados seriam o padrão. E se todos nós fossems verdinhos com ateninhas saidas do meio da testa? Com dedos como ventosas, como os das rãs? Quem tivesse dedos sem ventosas seria lindo. E isso me assusta. Me assusta saber que o padrão é azinho azinho e eu sou Azão Azão. Me assusta saber que o meu padrão nunca será provado.
E ISSO além de me assustar, é inevitável.
E quem sabe eu seja a única, ou seja a única que pensa nisso. Mas talvez, secretamente todos sintam o mesmo medo que eu. O medo do desconhecido, e no escuro, tudo é desconhecido. Imagine um mundo sem cores, um mundo pintado de cinza, um mundo cheio de padrões. Um mundo com regras que não são quebradas, um mundo em que limites não são ultrapassados. Um mundo em que todos são iguais, têm a mesma altura, o mesmo cabelo, a mesma fisionomia. Banir as cores, han?
No escuro as coisas se perdem, tudo se perde, só não se perdem as palavras. As palavras têm o dom de não se perderem no ar, a não ser que sejam um conjunto de palavras. Palavras que dizem adeus. Palavras que se apagam depois de ditas. Uma palavra não pode ser dita da mesma forma mais de uma vez. São únicas. E é a única coisa qu me anima.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Perda

Sabe aquele sentimento de perda? E se for um sentimento de perda porém um ótimo sentimento? E se você perde um vício, a felicidade te engole né? Perder um vício não é fácil. Exige muita vontade, exige tempo e paciência. Eu quero perder meus vícios. Eu quero perder. Perder o que eu nunca pude ganhar, perder o que eu nunca pude perder. Estar tão abaixo, tão no fundo do poço, que a melhor coisa a fazer seja subir, não há o que perder. Não gosto de estar no topo, porque cair é muito fácil. Mas para quem já está no fim, o fim é o fim e disso não passa:"do chão não passa" dizia minha vó. Do chão não passa. E o chão é bom no fim.
E se é bom por que fugimos dele?
Por que fugir do inevitável?
Por que tentar esquecer o inevitável?
Por que tentar explicar o inexplicável?
São inexplicáveis, imutáveis, insondáveis.
São verdades com as quais temos-de-nos-acostumar e ponto!
Verdade ou não, é mentira sempre, e mentira ou não, no fim há verdade.
O fio se parte, parte de você remenda-lo ou não. E as remendas serão muitas, mas o tornarão mais forte.
Forte.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Metamorfose

Mais uma vez eu me pego no mesmo dilema. Me pego na mesma dúvida que sempre me persegue. Será que eu devo me deixar apaixonar por quem não merece o meu amor? Será que eu consigo enganar o meu coração e não deixa-lo se enganar mais uma vez? É a tentativa é supersestimada, e o resultado é retardado. Queria fazer como a música:"quem acertar ganhou meu coração!" Não quero de novo chorar os meus 'ais' de sempre. É mais ou menos como diz uma conhecida minha:" problemas são todos iguais, só muda o endereço da escova de dente "
Somos só um casal de animais, e todo mundo sabe, não há sentimento no que fazemos, não há amor. Há dúvidas, erros, mentiras. Mas ainda assim, eu nunca irei desistir.
Ah como eu queria que pudessem me ver sem máscaras. Que pudessem me ver nua de labirintos sentimentais. Sabe? Aqui é o ponto. Aqui acaba a pessoa que todos conhecem, e começa a pessoa que eu sou.
E não vai haver mais nada.
Nada mais do que o sapo que vira príncipe. Mas, na verdade, eu queria era virar o sapo. Sapos são verdes e se escondem.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Sábado

Dia nublado. Nuvens que tapam a minha visão. Nuvens que me impedem de ver claramente. Não só o dia, não só o tempo. Também o meu coração. Também as palavras que cada vez mais se acumulam na minha garganta. E na minha garganta impedem a minha respiração. E eu sufoco lentamente nas palavras que eu não tenho coragem de dizer. É um suicídio sem dúvida. Como andar numa rua vazia pulando nas poças d'água. Água, caia como lágrimas do céu, lave a minha alma, me faça viver. Lave os meus pecados sentimentais. Me dê algo mais que os prazeres carnais. Algo mais. Lençol de seda leve, acaricia minha pele. Mão celestina toca minha face. Amor. Amor, será enfim?
Sou o rio que lava tua alma
sou o sol que ilumina teu caminho
Sou tua maior escrava
sou seu mais importante pergaminho
Pergaminho defeituoso
que vem com ausência de palavras
Palavras escuras no céu montruoso
Que espantam os pensamentos furtivos
Não sei mais fazer rima
somar A com B
Não sou mais a poetisa
que tem como fonte você
Se vire com seus outros sóis
eu sei você achará alguém
Eu levarei nos meus dedos os nós
e os calos que me convém
A chuva tomou conta do dia
mas não se preocupe
Amanhã há de haver nostalgia
e há quem acredite
que o sol brilhe novamente
Mas acreditar é um dom
o qual não me foi herdado
Tenha fé num dia bom
e ele lhe será arrancado
...
É o fim de uma era.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

De volta

Antes de tudo, digo que estou completamente arrependida pelo abandono. A viagem se estendeu mais do que eu previa, e o acesso se tornou escasso. Voltei por fim, com inspiração para um livro. Ah sim, novidade, é o meu projeto, estou pretendendo escrever um livro. Enfim. Antes do texto de hoje, quero lembrar aos leitores, que eu já sei quem são, que não há segundas intensões no texto de hoje. Não confundam, por favor!
Queria eu conhecer uma pessoa que alguma vez já viu um Leprechaun, eu queria conhecer alguém com tamanha sorte. Queria conhecer alguém que já viu um trevo de quatro folhas. Alguém que tomou uma ferradura na cabeça e viveu pra contar história. Queria conhecer alguém que foi atingido por um raio, ou melhor, alguém que tomou um raio de raspão. Alguém que caiu d uma altura muito grande e saiu vivo. Queria que a vida fosse como nos filmes, e que todo dia eu ganhasse na loteria. Não só na loteria que como prêmio concede dinheiro, mas também na loteria que presenteasse sabedoria, amor, compaixão. Eu me lembro de uma vez quando eu era menor, devia ter uns 8 ou 9 anos. Era verão, e durante todo o dia havia feito um escaldante sol, mas no entardecer uma louca chuva caiu, lavando tudo, limpando tudo, inundando tudo. Quando a chuva cessou, cruzava o céu um brilhante arco-íres. E eu disse pro meu pai que eu precisava chegar ao seu ponto de origem, e achar "os menininhos com os potes de ouro". Meu pai disse que os tais "menininhos" não se interagiam muito bem com os humanos, e que eles deviam estar ocupados fabricando os seus famosos sapatos. Eu não me convenci, e disse que precisava ve-los antes que o arco-íres se desfizesse. E eu me lembro, de procura-los n meu jardim, procura-los na terra. E enquanto eu escavava a terra abaixo do pé de romã, eu encontrei uma moeda muito velha, e estive certa que os "menininhos" habitavam meu jardim. E todo o dia durante um bom tempo eu levava uns biscoitos ou pães para os menininhos. A imaginação infantil é explêndida.
Corre um rio raso.
Do outro lado vejo a margem.
Vejo sim, menina do vestido amarelo,
menina da fita vermelha nos cabelos,
menina dos olhos desbotados.
Se balançando num balanço preso num galho baixo da amendoeira.
Menina da boneca sorridente,
de olhos de botão e cabelo de lã.
Da boneca que usava um avental branco sobre o vestido quadriculado.
Menina alegre, menina feliz, sorrindo suas alegrias infantis.
A boneca era real para ela.
Ode as bonecas de pano que regem as meninas.
Ode aos carrinhos de bombeiro que encantam os meninos.
Ode a infância única, que nunca deveria acabar.
Ode ao rio espelho que permitia que eu me visse balançar.
...
Somos crianças, por dentro, por fora. Crianças vivendo seus sonhos como podem. Mimadas crianças.