quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Soneto do silêncio

São sons suspirados, em sussurro
assibalados e assobiados
por aqueles que sabem soprar

E quando soprados, para os sobrados
ensurdecendo os sozinhos
nas frestas das janelas à sibilar

E de tão desonestos, são capazes
de até em pensamento ecoar
E esses sussurros tão inconstantes
são as vozes que à noite não se fazem calar

E por fazerem sofrer, os seus escravos
o seu sussurro constante os faz pensar
E nesse pensamento descobrem que palavras não podem o silêncio calar
E portanto sofrem calados, pois sabem que o segredo do silêncio é a solidão