sábado, 28 de março de 2009

Tudo uma questão de visão periférica

Cada vez mais eu descubro que o futuro é um vetor duvidável. Espontaneo e sem fim. Fim que no regressar do tempo foi o início. Acredito friamente nisso: O tempo é contado de acordo com o nosso tempo. A escravidão veio depois de mim, o socialismo é só uma idéia na cabeça dos russos. Os carros voadores? Passado. Meu tempo é contado de tras pra frente (síndrome de Benjamin Button). Eu vou em direção à infância quem sabe? O tempo é uma idéia inconsistente, impalpavel, logo para mim, é praticamente inesistente (ceticismo é fogo). E eu entendo que as pessoas discordem, eu discordo de mim mesma o tempo todo. E entendo que outros concordem, ou fiquem hipnotizados com a teoria. Talvez me chamem de insana, e anormal, elogios os quais já me acostumei, além do mais, como um sábio me disse um dia desses: As mudanças socias vem das bases insanas. 'Frase sábia, fato.' Tenho orgulho das minhas fontes "filosóficas". O importante, para o meu egoísmo juvenil, é que toda vez que eu penso nos próximos dez anos da minha vida, eu vejo um fundo preto. Na verdade, mais que isso, vejo um fundo preto, daqueles de cinema, quando o filme já está rodando nas manivelas da sala de publicações, mas só se ve o fundo preto e o chuviscado de neve nas falhas da fita. Escuto os sons abstratos também. É impalpável o meu futuro. E saber que eu não formei planos, me assusta. Bem, eu não sou tão anormal a esse ponto, eu tenho vontades e desejos. Mas não os vejo alcansados, não os vejo na minha frente. O futuro fará seu papel, saberemos.
...
Morena do namorado armário
.
Moça do cabelo enrolado,
me tira o sono, me tira a fala.
Moça do olho arregalado,
me tira a poesia, me atrapalha.
Moça bonita do cabelo encebado,
no seu caderno dexei um recado.
"Vem pra mim, e desiste do teu namorado."
...
...
...
...
Choro ao leite pós posto
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Ó vida! Por que escolhestes este caminho?
Por que fizeste de minha alma um pobre vizinho,
de olho na grama alheia?
.
Ó vida traiçoeira,
puzeste em minha mão a dádiva que desperdicei
Agora cato os fragalhos
da dádiva que despedacei.
.
Preciso encontra-lo,
dizer que me arrependo.
Palavras vazias não hão de traze-lo,
enfim, já o reconstruiram.
.
Outras mãos, mão estranhas
reconstruindo a minha dádiva.
Quem mandou derruba-lo?
...
Eu gostaria de assistir tudo de fora. Daria uma ótima novela. Visão periféria, eu repito. Não queria me envolver nas tolices que nossa geração decadente faz. Fazer como né?

terça-feira, 24 de março de 2009

Buscando paz

É fácil falar mal da vida alheia quando estamos cegos sobre a poeira de nossos umbigos. É fácil falar que a vida do outro é ruim, que o outro tem o cabelo feio, que é gordo, estranho, ignorante, burro. É fácil, fácil de mais. Tão fácil que chega a ser tolo e errado. É o sujo falando do mal lavado. É o roto falando do esfarrapado. E pode como o desmantelado falar do destroçado? Se não temos um braço, procuramos quem não tenha os dois para nos sentirmos melhor. E onde é que entra o autruismo? Somos egoistas, fato, egoistas, narcisistas, e estúpidos. Mas sabemos, pelo menos eu sei, enumerar os nossos erros e defeitos. Sou egoísta, invejosa, ciumenta, nogenta, estúpida, ignorante, estressada, pavio curto, inconstante, não sei ter força de vontade e desisto de tudo na metade. Não completo uma única dieta, e estou sempre brigando com a balança. O espelho constantemente me engana, ou será a minha opnião pessoal? Toda vez que eu acho que estou 90% posso reduzir esse número a pelo menos 40%. Não tenho vocação pra nada. Nem pra vender pipoca na esquina. Não tenho o dom das palavras, não sei fazer valer nada que digo. Uma pena. Uma grande pena. E sempre que paro pra pensar sobre a minha vida, sobre o saldo, o balanço do fim de mês, me decepciono com o baixo valor do saldo positivo. Enfim. Não vale a pena. Nada vale. Sofrer as ansias de um dia ‘bom’. Chorar as palavras azedas que um ser humano cego de si próprio dirigiu para mim. Não pretendo me decepcionar com palavras tolas, tão pouco com as palavras tolas de pessoas que não me conecem. Tudo são preceitos, preconceitos, e idiotices. São bobeiras que nós aprendemos e não desvinciliamos. É preconceito puro. Para com a minha pessoa. Não sou o ‘padrão’, assim como 70% da população. Mas, eu posso ser, desde que tenha o peso moetário. Fique calmo meu bem, ao contrário dos adolecentes que compram carros no fim do ensino mérdico, eu irei comprar o cabelo louro e liso, os olhos azúis e os dentes lindos. Academia ai vou eu. Quase um robo. Mas o preceito que vocês tem pra vocês.Ou eu vou pros EUA, exibir o meu quadril brasileiro pros gringos loucos por bundas. To feita.
...
Escreva histórias tristes, e você será um poeta vulgar.
Mas escreva histórias alegres, e se considere o melor poeta do mundo.
...
Temos nossos talentos, estou em busca do meu.

domingo, 22 de março de 2009

Aprenda a fazer mentiras virarem verdades

Que palavras tolas eu vou despejar aqui desta vez? O que eu posso dizer que fará com que meu coração volte a bater com vontade? Uma mentira dita cem vezes vira verdade. 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.' 'Eu to bem.'... Um milhão e meio de vezes de palavras falsas que se repetem. Um milhão e meio de palavras falsas e frígidas, palavras que não dizem nada, tão desconexas e sem contexto como 'maçã azul'. Ai, essas dores. Dores que a biologia não explica. Espasmos no coração que não tem remédio. Fraturas claviculares que não se reparam. Traumatismos recentes, incoerentes, que não se remendam. Médicos estúpidos e impotentes. Não me ajudam, não me curam. Palavras tolas ditas por bocas indiferentes, palavras tolas ditas por bocas inconsequentes, palavras tolas, que me magoam. Ditos populares que não me atingem. E o meu futuro? E o que eu vou fazer? Eu não posso esperar que a minha vida se resuma a redações quinzenais e à aulas diárias. Me devoram, voram devoram. Ai, falar ai um zilhão de vezes, o prazer que as duas letras me dão. Chorar, e dar desculpas. Não quero um motivo para chorar, ainda que me sobrem. Tudo parece um texto suicida. Tudo parece uma carta anunciando o imintente fim. Mata, me mata, sobressaia dor rasa, engole, devore, rasgue dor mata. Mata, sorria, não esqueça. Ria, ria, mamãe quer saber que você tá feliz. Ria, ria, não diga pra mamãe que não é o que você quer. Ria, ria, não chore, mamãe vai ver. Ria ria, mamãe vai contar pro papai, e ai já era. Chora, lamenta, se tranca num quarto. Ponta cabeça, lagrimas escorrem, molham meu cabelo recem lavado. 'Não conte, é segredo' É um segredo! Não conte pra ninguém que você tá ficando maluco. Não conte, podem te levar pra ala psquiátrica. Não conte pra ninguém que você tá perdendo o juizo, mamãe se zanga. Durma agora, amanhã melhora. Não olhe pra trás, esqueça o ciúme, se encha de orgulho, cale suas palavras dispensáveis e batalhe pra conseguir o que mamãe projetou. Só não diga que não aguenta, que suas lágrimas acabaram e você já começa a chorar sangue. Não entregue o jogo assim. Aguente, respire. Amanhã vai tudo melhorar. Acredite. Acredite, e repita. (Uma mentira dita cem vezes vira verdade)
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Tranquila lavadeira, estende roupa no varal. Lençol manchado vira pano de chão. Toalha rasgada seca o cão.
Nada se perde, tudo se aproveita.
Preta, ama de leite. Amamenta filho branco.
'Mãe preta, dói'
Mãe preta cura. Mãe preta não machuca.
Ajuda, ajuda.
Mãe preta apanha, doi.
Dor amarga e sanguenta.
'Não chora.'
Mãe preta segura.
Amarga traição.
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Desoladamente, desesperadamente, choro meus ais. Inútilmente, sozinha e regurgitando palavras choro meus ais. Espelho companheiro eterno. Pelo menos em quanto eu tiver um corpo pra refletir. Conversas suaves que tive com você espelho. Dorme que a dor se afaga. Dorme que a claridade se aproxima. Espera, amanhã melhora, eu prometo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Danos irreparáveis

Eu tinha preparado um texto lindíssimo. Um texto grande, sobre os sentimentos atuais. Lindíssimo. Se perdeu por entre meus rascunhos. Me sinto incubida de acha-lo. Acharei-o, paciência. Não vou tentar refaze-lo, porque não ficaria bom e eu não poderia compara-lo com o original. Tão pouco hei de conta-los, porque há de estragar a surpresa. Então direi somente, que sinto. Sinto muito. Sinto saudades. Saudades do que aconteceu, do que acontece e do que ficou só na minha mente. Me pergunto se as coisas poderiam ter sido diferentes. Me pergunto se de alguma forma eu poderia mudaro jeito como as coisas terminaram-se bem que ainda não terminaram enfim. Sinto como se perdesse o meu melhor amigo. Como se ele tivesse se casado ou coisa parecida. Infelizmente eu ouvi Adeus, e disse Adeus, com lágrimas nos olhos, e implorando pra ficar. Sequei as suas lágrimas em mim, e derramei tantas outras junto. É a mão que te bate, que te cura. O problema foi que eu bati sem saber. Bati sem ver e no escuro. Mas disse Adeus, e não estava pronta. Adeus é uma visão tão permanente. Me dá uma sensação petrificante e impotente dize-lo. Como se todo um mundo, todas as memórias, todos os risos, de repente se esvaissem. E se esvaem pela dor que causa, um Adeus. Um Adeus sem culpas, mas cheio de remorsos e abstinências. Um Adeus que dói tanto que me faz pensar não ter fim. Fim que não vejo próximo, não vejo caminhando, nem ouço falar. Me escondo inocentemente, como um coelho procura se abrigar. Me sinto sozinho e desvaido de esperanças e ilusões. O mundo é feio. Feio e repugnante. E pessoas dizem Adeus o tempo inteiro. Quando morrem, quando vão embora, quando casam, quando somem. Querendo ou não dizem Adeus. E a dor parece ser insuperável, e as memórias parecem ser inalcansadas. Mas passam, como alguma flexa em camera lenta. Mas passam, passam em dias, meses, anos. Mas passam. Porque apesar de parecer o contrário, nenhum estado é permanente. NADA é permanente. Nada, nem Ninguém é uma constante. E por não sermos, ou vivermos constantes, não podemos descrever nada, nem uma pessoa. E eu acho que por isso somos assustados.
Não sei dizer Adeus, entenda, eu estou tentando, mas não aprendi. Revogo a glória do orgulho, se retire sim? Vou tentar dize-lo. Saudades, minha abelha campestre.
...
A dedicatória é o mais importante? Dedico a ti meu querido leitor, e principalmente a ti, minha pequena Zadra. Que nossas promessas sejam cumpridas, e que esses anos não se esvaiam em vão. Sinto, impiedosamente, uma falta imensa da sua presensa. Vá-se-lá entender a mente humana, adquirimos costumes, e quando infelizmente abandonamo-os, sentimos falta. Falta. Muita falta, inundada no sangue quente que meu coração bombeia. Bombeia lentamente quase parando, a Falta intupiu as veias. É que eu não sou científico, uso palavras carregadas de metáforas e metonímias. Mas busco incansávelmente-como a água que bate na pedra- o equilíbrio. Espero que você minha querida Zadra- e todos que respiram- encontrem esse equilíbrio. Amo. Muito. Você. Minha Zadra. Não me abandone. Não cogite por um segundo essa idéia. Não me esqueça o riso-principalmente os causados por você. Não me esqueça a fala escassa e o jeito exêntrico de falar/escrever. Não me esqueça por fim o amor. Se escolher esquecer algo, esqueça o nome, pois é completamente inútil diante de tanto amor. Lembre de mim pelo nome que preferir. Ou melhor, de-me um nome a cada dia. Mas não esqueça meu substancial. Pois todo o resto 'é só uma questão de nomenclatura'.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quebremos a lei da física

Ouço constantemente que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Discordo. Vamos observar o ponto de vista teórico: e se o pensamento fosse um corpo. É de tamanha importancia entendermos que ocupariam dois, tres, cem milhoes de corpos o mesmo lugar no espaço tempo, vulvo: um corpo se sobreporia a outro, até que se tornassem um só. E no fim não é isso? Vários pensamentos empilhados juntando um? Existem as diferenças esporáticas-é verde, é azul- diferenças vívidas, compreesíveis e inemutáveis. Inemutáveis? É, inemutáveis, porque são diferenças existentes hoje, ontem, amanhã. O que eu tento provar, é a possibilidade de dois corpos ocuparem o mesmo espaço. Por mais que não fisicamente, mas mentalmente, espiritualmente, e intelectualmente, e não há ceticismo que o negue. Estamos todos unidos, por mais que hajam desavensas e os acordos metafísicos não sejam traçados sempre pelo mesmo contingente de pessoas, sempre há mais uma pessoa no mundo que pensa, sobre um determinado assunto, a mesma coisa que você. E isso é inemutável. E se é inemutável, é uma constante, e constantes quebram leis da física. Física é um conjunto de leis. Leis são feitas para serem quebradas. Logo, como em toda boa gramática-a portuguesa é um bom exemplo- existem as convencionais exeções. Exeções que quebram a regra, e fazem de tudo que vc um dia já aprendeu se tornarem um bando de informações inúteis que escorrem pelo ralo. Informações. Grande contingente de palavras intupindo a minha maça cinzenta. Intupindo a minha mente de dúvidas e repugnâncias. E ter dúvidas são as maiores provas de ignorancia. É que como ser humano eu sou ignorante, sou medrosa e inacabada. Um trabalho de séculos que nunca se acaba. Matéria se sobrepõe à matéria. E no fim é tudo o que somos, um monte de matéria canibal clamando por atenção. Canibalismo facultativo, vergonhoso e clemente. Clemente? É, clemente, clemente de perdão e atenção. É atenção, alimenta o nosso ego. Faz bem para as pessoas egoistas que formamos. Atenção que alimenta nossas personalidades complexas e cínicas. Complexas nem tanto, a simplicidade abunda: Somos pequenas ervilhas narcisistas numa vagem egoista. Buscamos atenção, não sabemos da-la. Não nos interessamos por NADA, na vida de NINGUÉM, a menos que isso nos traga um pouco de glorificação pessoal. É o gozo de uma vida feliz. O orgasmo final. Glorificação pessoal: Olhar pro espelho e dizer 'Putz, eu sou tudo que eu sempre quis!' E nós não somos. Pensa ai. Por um segundo. Eu sou o gênio da lâmpada (IEEEEEI!), e eu te concedo tres desejos sem regras. Escreva, comente, mas faça-o do coração. E eu te direi se somos ou não egoistas e materialistas. Não to descriminando ninguém, eu também o sou. Eu desejaria que EU passasse no vestibular, EU recebesse na loteria e EU tivesse uma vida cheia de glórias e honras. EU, EU, EU. Eu sou egoista e adimito. As oportunidades são caras de mais, raras de mais, para se desperdiçar com o bem alheio. Eu poderia pedir a maldita 'paz mundial' por uma questão de ética. Mas não é a ética que eu estou debatendo. Pense nisso, por um minuto, e comente. Pense, não mata, não dói, não cansa. Pense.

terça-feira, 10 de março de 2009

DISinvolvimento

O cansaço me engoliu por inteiro. Me sinto cada vez mais derradeira, como se cada vez que eu caio, um pedaço de mim ficasse para tras. Essa sensação é penosa, a pior de todas, se sentir inutilmente estúpido, inutilmente frágil, inutilmente transparente. Cadê as minhas máscaras? Por que elas cairam e eu não peguei? Cadê o mistério do qual me julgava dono, cadê? Onde estás canção desolada do coração partido? Sua letra foi apagada da minha mente, da mesma forma que se apaga lápis com borracha. Decorei o lema dos DISINVOLVIDOS. "Não procure, porque quem procura acha, não peça, porque vai dar trabalho, não fale, não respire, não haja, não seja nada do que se possa um dia ter orgulho, seja assim normalmente inutil, normalmente esquecível, normalmente uma linha falha num texto de algum bebado de esquina." E depois de tudo isso, tenha como seu hino a Ciranda do coração despetalado:
*
Ciranda do coração despetalado
*
Minhas palavras são atos falhos
Seus olhos são rios rasos
Que choram desbotados
as incertezas da escuridão
*
Cansei de chorar sozinha

presa no escuro do meu quarto
Minhas lágrimas se dissolvem à agônia
e meus soluços ecoam no infinito
*
Não quero mais me prender

decidi que a distância é a melhor opção
Mas eu gosto desse veneno
do qual me embebedo
toda vez que te venero
*
Sei que me engano

sempre que prometo
Que nao vou errar de novo
e que não de novo me apaixonarei
*
Achei

que era capaz de fugir de tuas garras
Pensei
que amar não fosse nada
E menti, de novo, para mim
*
E de novo, fui a ultima a ver

o quanto estou envolvida
no branco dos seus olhos,
no quente dos seus abraços
*
Na sensação na qual me perco

sempre que fecho os olhos
E me vejo como teu desejo
mais frio e obsoleto
*
Não preciso que me compreenda

só rezo pelo seu carinho
No meu coração há uma fenda,
acho que você já sabe o caminho
*
Preciso que você

preencha esse vazio
E você sabe porque
esse é o seu destino
*
O de me acalmar

me acalentar o pranto
Me fazer chorar
com somente um canto
*
Não peço muito não

só quero um lugar ao sol
A sua mão na minha mão
É o final feliz pelo qual eu tanto luto
*
Não há mais palavras, o que foi dito não pode ser multiplicado. Sou DISINVOLVIDA, e você?

domingo, 8 de março de 2009

Nâo achei títtulo compatível.

Mais uma vez eu pondero o poder das palavras. Estou triste, fato. Triste pela inconsistência dos meus atos. É tudo tão incerto que eu chamaria de gelatina. Uma novela mexicana, toda a minha vida, baseada numa novela mexicana. Aquela em que os irmãos se casam sem saber que são irmãos e têm um filho doente, e que a mãe na verdade é mãe do tio e que a vizinha é sua mãe. Aquela zona. Uma novela mexicana em que um 'você derrubou água no chão' acaba se tornando um 'você inundou a minha casa, saia daqui, eu te odeio e não volte mais'. Eu me pergunto o que esses roteristas fumaram antes de escrever uma novela. Já que o assunto hoje é escrita, caramba, deu um trabalho escrever essa maldita redação. Dessa vez eu penei mesmo, mas escrevi, e ficou boa. É, até o Elvis ficava rouco de vez em quando. Completamente inútil esse comentário. Completamente inútil metade dos comentários que saem da minha boca. E é por isso que eu vou começar a evita-los. Evita-los porque muitas vezes os comentários por mais inocentes que sejam podem machucar as pessoas mais importantes pra você. E eu sei disso, eu vivenciei isso, e me magoei com isso. Me magoei porque a maior dor, a mais amarga delas, é quando você magoa uma pessoa que ama muito, e que não precisava ser magoada. E o que se faz depois disso? Bom daqui a uns 200 anos a resposta vai ser simples: 'entre na máquina do tempo, agende para o dia de ontem, e não fale, diga que tá com dor de garganta.' Mas como eu não vivo 200 anos a frente, eu preciso achar outro meio. E o meio mais correto que eu encontrei foi pedir desculpas, encontrar perdão, e não repetir o mesmo erro duas vezes. Porque errar duas vezes é burrice. Não que haja maldade nos erros. Acho até que na maioria das vezes eu os cometo por ingenuidade. Assim como foi dessa vez. Ingenuidade. E, infelizmente, eu não tenho mais idade para cometer erros ingenuos. Então, o que eu tenho a fazer agora é me policiar, e evitar a ingenuidade. Fora isso e o drama do vestibular, tudo corre bem. Ai vestibular, pra que te quero? Bem, agora como atividades extra curriculares: dormir, estudar, estudar e estudar. É, não me agrada muito também, mas, fazer o que né?
*
Rascunho
*
Florecem no papel
palavras desbotadas
Palavras amargas
e mal desenhadas
*
Correm no papel
letras garranchadas
estrofes inacabadas
sobre dores e traumas
*
No papel escritas
palavras sem rítmo
Frases sem rimas
história sem sentido
*
No rascunho do papel
minha alma é escrita
De modo singelo e simples
de uma maneira só minha
*
Rascunho que rabisco
que apago que amasso
Rascunho que jogo no lixo
e então assim me desfaço
*
Não peço nada além de compreensão. Não, compreensão é difícil. Não quero pré conceitos, só isso. Assim como todos sou um ser humano inocente da burrice e culpado da estupidez, e não tenho que me desculpar por isso. Então eu peço desculpa por não pensar. Por ser egoísta e irracional. É por isso que eu peço desculpas. Essa postagem, toda ela, cada parte, cada vírgula, foi dedicada, claro. Mas não vão haver citações, não vão haver mais esposições. À minha querida amiga, toda a sinceridade do meu coração.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Palavras bobas.

E eu me pergunto várias coisas. A maioria delas envolve erros que eu cometi e que poderia ter evitado; palavras que eu disse e podia ter engolido; pessoas que magoeei e poderia nao ter magoado. E todos os meus erros tem como maior consequência a dor. Ainda que não minha, mas de pessoas que nunca têm culpa. Eu vejo os risos se tornando cada vez mais cínicos, e as promessas cada vez mais vazias. E cada vez mais as minhas palavras se tornam mentiras. E apesar de uma mentira dita cem vezes se tornar uma verdade, no fundo é sempre mentira. Se bem que, talvez a mentira seja o melhor modo de nos mostrarmos sem máscaras. Eu sei pode não fazer muito sentido, mas para mim faz todo o sentido do mundo. A receita é a seguinte: Minta, minta até que só te sobrem verdades, use as verdades como mentiras, e faça as pessoas gostarem de vc pelas suas meias verdades. Mas não é que uma meia verdade também é uma mentira? Então, é tudo mentira. Não existem as verdades completas, as verdades concretas, ninguém as conta. Quem viveu sabe, e quem conta faz desvios, desvios esses que se tornam mentiras.
*
Jardins do Éden
*
-Não seriam lágrimas
as gotas em seus olhos?
-Eu trago mágoas
mas não destroços.
*
-Seu passado te assusta?
-Só de noite quando penso
e esqueço da felicidade
que me engolia por inteiro.
*
-E no futuro o que te espera?
-Não faço menor idéia
não me julgo dono da terra
não busco idéia serena.
*
-E do presente o que me conta?
-Vivo bem é verdade,
apesar da óbvia maldade,
pretendo viver eternidade.
*
-Nome e precedentes?
-Nomes são rótulos
então eu sou Estridente
precedentes? os dinossáuros.
*
-E tem algo que queiras fazer?
-O fruto daquela macieira
-Escalemo-a vamos comer?
-Já era hora de la devorar
*
Interpretações são bem vindas. Ainda aceito opniões diversas, embora que com alguma resistência. Acho que falta alguma coisa para concluir a postagem. Se alguém tiver uma idéia me dá uma luz.

domingo, 1 de março de 2009

Compre Palavras

Novo dia, novos problemas, novas dores de cabeça. Ah, tudo que eu quero é voltar praquele tempo que nada era errado, e tudo era uma simples brincadeira. Queria me esconder de baixo da barra da saia da mamãe, pelo menos por uns tempos. Decisões, todo mundo esperando que eu as tome. Parece que finalmente eu to me tornando uma adulta, mas eu não quero. Eu sou uma criança, quero me preocupar com a roupa que eu vou por amanhã na festa, e se aquele 'gatinho' vai estar lá. Eu não quero saber o que eu vou fazer no resto da minha vida. Por que tomar essa decisão agora?
*
Pequenas crianças magoadas
*
Somos frios
somos enganos
Somos rios
somos ciganos
*
Somos corações destroçados
buscando abrigo nos estilhaços
De outros corações amargos
*
Somos mágoas amontoadas
tentando sobreviver às lágrimas
Que nossas vidas azedas
despejam em cascatas
*
Somos hipócritas almas
que buscam amor e alegria
Noutras pessoas
tão feridas e desoladas
*
Não doamos
nem um pouco de amor
Nos apossamos
dos outros, e nos dizemos altruistas
*
E na calada da noite
se engulirmos nossas lágrimas
Podemos ouvir o mundo
soluçar as mesmas mágoas
*
Mas no fim todos sabemos
somos apenas crianças
Tentando andar nos firmamentos
sem perder as pernas
*
E todos temos os mesmos sentimentos
todos temos os mesmos problemas
Embora que em diferentes momentos
*
Chorar não adianta agora
o que foi é passado
O que vivemos é uma dádiva
e o Futuro é um segredo
*
Palavras são a solução. São o melhor remédio. Palavras. Compre Palavras no supermercado da esquina.