domingo, 20 de junho de 2010

Bruxas travestidas de Fadas

O tempo corre.
Com ele eu mudo, tanto, tanto.
O mundo gira, eu giro junto.
Mostro pras pessoas outras faces.
Faces tantas, que mudo.
Mascaras que escondo à noite;
quando tudo é tão natural.
O tempo me surpreende, porque anda mais rápido que os ponteiros do meu relógio.
(Que horas batem na minha cabeça?)
Quantos minutos se passaram do dia enquanto minha mente lateja três horas?
Quantos amigos perdi nos últimos dias?
Novos conhecidos que não substituem os meus confidentes.
Pela primeira vez não os acumulo, os perco; pelas badaladas secas e insensíveis do meu relógio.
E os sinto tão distantes.
Estou me transformando em outra pessoa.
A metamorfose me faz de princípe o que um dia foi sapo; ou o oposto?
Ainda ouço de palavras secas, as lágrimas que verti internas, corroendo como ácido;
pelo simples motivo de não poder chora-las.
O que está havendo?
Não sei.
Quem eu sou?
Além de nome e sobrenome? Esqueci.
Sinto que a minha vida é um diário, cujas páginas comecei a deixar em brando de dois ou três meses pra trás.
E hoje, eu já nem lembro o que fui, quando o tempo me corria livre e eu reclamava dele constante.
Anyway...
E esse jogo dilacerante de humor, me desfaz em cacos;
me prova, irrefutavelmente, que meu conto de fadas está amaldiçoado.
E mais uma vez, venho falar das bruxas, que travestidas de fadas, me fazem crer em felicidade.
Por que?

terça-feira, 15 de junho de 2010

Je t'aime

Me diz das estrelas?
Me canta o mundo?
Sussurra no pé do ouvido os teus prantos?
Segure a minha mão e me leve por essa andança.
Me mostre que o sonho vive além do meu travesseiro.
Me beije.
Me abraça.
Me fala do mundo e suas graças.
Me abençoe.
Me perdoe.
Me ofereça teu corpo em caça.
Não diga.
Não critique.
Me olhe.
Me console.
Me ensine a esperança.
E se ainda houver tempo de sobra,
diga pra mim suas palavras mais nuas.
Se entregue e fale:
Je t'aime

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Amor

Mais que de angústias
padece o coração errante
Que de tantas amarguras
escorre em lágrimas e sangue

Mais que esconder-se da escuridão
criar um universo particular
Que vive errado em acertar
e dilacerar as fagulhas da paixão

Mais que buscar dos astros celestes
à doçura dos mais doces amantes
Deleitar-se dos faróis crescentes
que iluminam os enamorados passantes

Mais que esquecer as tristezas
arranca-las do peito em chamas
E abri-lo às grandes surpresas
que só amamentamos em nossas camas

Mais que esquecer um velho amor
troca-lo por um novo e colorido
E deixar o antigo, sem cor
sozinho e esquecido

Mais que amar novamente
desejar de maneira controversa
Sonhar levemente
sentimento límpido que regressa

Amor...