domingo, 19 de dezembro de 2010

O clichê sorria e morra.

Já cansei de destinar palavras para o vazio.
Cantar para o vácuo e aguardar resposta.
Me sinto um poeta bêbado, a escrever versos sujos, num bar às moscas.
Palhaço de plateia alguma.
Ator de comédia vazia.
Me lembra uma cantoria,
um homem que podia transmitir informações, sem que notassem que ali estava.
Vazio.
Transparente.
Celofane.
Meu rosto pintado, mãos suadas, olhos lacrimosos.
Estou triste, mas escondo.
A plateia quer me ver sorrir.
Então ponha o salto alto.
Retire suas roupas com os seus pudores.
Faça movimentos contínuos e lentos.
Rebole.
Ninguém liga se aquela vadia dançando é filha de alguém.
Ninguém liga, enquanto ela for sensual para deixar em suas mentes pensamentos inapropiados.
Ninguém liga.
Porque o mundo é egoísta,
e foda-se se você não gosta.
A culpa não é sua, agora dispa-se e vá se prostituir.
Vá vender a sua imagem por cada centavo que achar que valha.
Venda a alma ao diabo.
Mas na hora da morte, não chore misericórdia.
Pegue suas ultimas gotas de dignidade e cale a boca.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Silêncio

Silêncio
nada de som na neblina dos corpos nus.
Um encarar leve
sem saber.
Um que outrora jurava amor
fazia crescer uma mágoa no peito de pedra da fera.
Uma fera ferida.
Os desumanos sentem dor
mas não a que proporcionam;
como os sádicos que se encolhem ante aos chicotes retumbantes em sua direção.
Silêncio
porque as vezes, não existem palavras que digam.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Breve

Quem eu vou enganar?
Eu tento escrever versos felizes, mas saem morcegos da ponta do meu lápis.
Pra que eu falar das palavras na noite, se para fazê-la bonita precisaria das estrelas escondidas pelas nuvens embriagadas?
Eu não tenho o dom da felicidade, mas o da angústia.
Poeta triste, de uma cara.
Seria enfadonho, continuar com letras sem fim, se o conteúdo é o mesmo desde que me lembro por gente.
Fim