sexta-feira, 31 de julho de 2009

Início

A simplicidade das palavras não é capaz,
as desculpas não satisfazem,
a minha ancia.
E eu me calo, perante o fim, e desisto de toma-lo como meu.
A liberdade te dá asas, e elas batem sozinhas.
Mas a liberdeda é uma via sozinha, a solidão é mais forte que a alegria do vento que suavemente balanças os cabelos.
E eu me calo. Perante o fim. Desisto.
Não que desistir não seja usual, o é.
A freqüencia com a qual eu fecho os olhos e peço clemência é inimaginável.
Mas, perdi mais uma batalha, como tantas outras que eu esqueci.
E a finalidade da batalha, e da iminente derrota, é eliminar qualquer argumento que diga que eu não tentei.
Eliminar qualquer dúvida.
Eu sou o sonho, os dias de sol, as noites chuvosas e o frio.
O vento que sopra tão forte.
Tão forte, que eu...
Que eu posso voar. E voar além dos arco-íres, e das nuvens.
E eu posso pensar, que o mundo é...
A interpretação do que o mundo é, é tão pessoal, que não me atrevo a dizer a minha.
Somos o começo.
E o início é o principal, é o mais marcante.
E é a sensação que nunca vai fugir das nossas mentes.

domingo, 26 de julho de 2009

O horizonte.

A eternidade dos movimentos lentamente se cala. A finalidade dos sentimentos se torna rala. E a alegria gradativamente se atrofia. Os passos são mais lentos, e a respiração é momentânea...
E juntos, cantarolamos o suspiro final...
Uns se etreolham, outros, rezam, e ainda há os que fecham os olhos para não ver. Nas cidades os carros param, as industrias estatizam, o comércio paraliza. No olhar paralizado dos transeuntes, paira uma numem espessa e cinza. Palpávamos, uns aos outros, o medo e a angústia do inesperado.
Nos campos, as asas congelavam, e como nos desenhos animados, ficavam parados no céu, como que mergulhados em uma gelatina gigante. Até o vento se curvava para a magnetude do acontecimento. As folhas pararam de cair, os peixes de nadar, e todos, em cada parte do mundo, param e analisam. E durante um minuto, que mais pareceu um dia, ninguém disse nada. Ninguém respirava, se movia, ou pensava.
Todos admiravam o horizonte. O afundar da bola de fogo, fundindo o amarelo alaranjado do dia com o azul da noite.
E pela primeira vez, perceberam o quão lindo era o mundo em que viviam...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Ginóide 1.0

Assumi a identidade vampírica, assumi a cor pálida nos lábios e a tonalidade cinza da minha face. Assumi a falta de reflexo e o temor ao sol. Assumi, quase como que admitindo uma coisa que já estava praticamente explícita. Meu antissocialismo, meu antipatismo, e, obviamente, a facilidade dos outros sentirem tais sentimentos por mim. Como que dominada por atos repulsivos, cada vez mais eu cavo a cova na qual eu me isolo do resto do mundo. E os olhares degenerados de atenção que desviei, se voltam a mim, como flexas a apontar-me, e cutucar-me em vão. Quase mais nada me incomoda. Quase mais nada, fora a ausência de reflexo, reflexo, incomoda. É como se a minha presença não pudesse ser comprovada. E a invisibilidade das minhas células vitais fosse tão impalpável, que eu duvidasse da minha existência. E duvido. Penso! Logo existo? ... Penso, logo sou complexa o suficiente para que meu cérebro tenha discussões solitárias, ou, em algum momento da escala evolutiva eu regredi. Sou apenas um protótipo. Um protótipo de ser humano. Com inúmeros defeitos de fabricação a serem reolvidos, e inúmeros questionamentos a serem deletados. Um andróide, um ginóide, só. Porque nunca possuirei as características piscológicas para me autodefinir um ser humano, pertencente de um rebanho, uma manada feliz e tal. E, como num pesadeo que nunca acaba, a vida me chama para viver, seja lá por que.
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Abstrato
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Sonhar abstrato
acordar abstrato
Comer abstrato
amar abstrato
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Estudar abstrato
aprender abstrato
Repetir abstrato
esquecer abstrato
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Falar abstrato
entender abstrato
Fingir abstrato
chorar abstrato
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Viver, engolir, sofrer, dar,
receber, rodar, cair, levantar...
abstrato;
e gradativamente,
morrer abstrato.