segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

De volta

Antes de tudo, digo que estou completamente arrependida pelo abandono. A viagem se estendeu mais do que eu previa, e o acesso se tornou escasso. Voltei por fim, com inspiração para um livro. Ah sim, novidade, é o meu projeto, estou pretendendo escrever um livro. Enfim. Antes do texto de hoje, quero lembrar aos leitores, que eu já sei quem são, que não há segundas intensões no texto de hoje. Não confundam, por favor!
Queria eu conhecer uma pessoa que alguma vez já viu um Leprechaun, eu queria conhecer alguém com tamanha sorte. Queria conhecer alguém que já viu um trevo de quatro folhas. Alguém que tomou uma ferradura na cabeça e viveu pra contar história. Queria conhecer alguém que foi atingido por um raio, ou melhor, alguém que tomou um raio de raspão. Alguém que caiu d uma altura muito grande e saiu vivo. Queria que a vida fosse como nos filmes, e que todo dia eu ganhasse na loteria. Não só na loteria que como prêmio concede dinheiro, mas também na loteria que presenteasse sabedoria, amor, compaixão. Eu me lembro de uma vez quando eu era menor, devia ter uns 8 ou 9 anos. Era verão, e durante todo o dia havia feito um escaldante sol, mas no entardecer uma louca chuva caiu, lavando tudo, limpando tudo, inundando tudo. Quando a chuva cessou, cruzava o céu um brilhante arco-íres. E eu disse pro meu pai que eu precisava chegar ao seu ponto de origem, e achar "os menininhos com os potes de ouro". Meu pai disse que os tais "menininhos" não se interagiam muito bem com os humanos, e que eles deviam estar ocupados fabricando os seus famosos sapatos. Eu não me convenci, e disse que precisava ve-los antes que o arco-íres se desfizesse. E eu me lembro, de procura-los n meu jardim, procura-los na terra. E enquanto eu escavava a terra abaixo do pé de romã, eu encontrei uma moeda muito velha, e estive certa que os "menininhos" habitavam meu jardim. E todo o dia durante um bom tempo eu levava uns biscoitos ou pães para os menininhos. A imaginação infantil é explêndida.
Corre um rio raso.
Do outro lado vejo a margem.
Vejo sim, menina do vestido amarelo,
menina da fita vermelha nos cabelos,
menina dos olhos desbotados.
Se balançando num balanço preso num galho baixo da amendoeira.
Menina da boneca sorridente,
de olhos de botão e cabelo de lã.
Da boneca que usava um avental branco sobre o vestido quadriculado.
Menina alegre, menina feliz, sorrindo suas alegrias infantis.
A boneca era real para ela.
Ode as bonecas de pano que regem as meninas.
Ode aos carrinhos de bombeiro que encantam os meninos.
Ode a infância única, que nunca deveria acabar.
Ode ao rio espelho que permitia que eu me visse balançar.
...
Somos crianças, por dentro, por fora. Crianças vivendo seus sonhos como podem. Mimadas crianças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário