Ela me olhava.
(Tão linda que doía.)
Ela vinha séria, tentando desenroscar o cordão dos cabelos.
(Tão linda com os cabelos cor de fogo esvoaçando levemente...)
E eu só pensava em como eu a queria toda pra mim.
E as palavras martelavam na minha cabeça...
Eram tantas coisas que eu queria dizer pra ela...
E então ela me alcançou e riu.
(Ela parecia uma criança aprontando quando ria.)
Eu disse que ela ficava linda emburrada, e ela fez biquinho pra me provocar, como se fizesse birra...
(E como aquele biquinho me provocava...)
Ela perguntou se eu estava pronta para o cinema, eu disse que sim. Mas esqueci de dizer que eu estava pronta pra tudo, contanto que ela estivesse do meu lado.
Levantamos. Demos dois passos.
Ela puxou a minha mão. E apertou com força.
Eu a olhei.
(Por que?)
Ela riu. E disse que me amava.
Eu ri e apertei a sua mão mais forte.
(I'll tell you something, I think you'll undearstand...)
Eu perguntei se ela podia ser sempre só minha.
Ela soltou a minha mão.
(Droga, eu disse alguma coisa que não devia!)
Parou e me fez parar.
Me olhou, com aqueles olhos... E me disse sem palavras que já era minha.
Então, como se fossemos só nós no pátio do shopping, ela pousou a minha mão na sua cintura, e pôs a mão por cima da minha.
Com a outra ela afastou os meus cabelos da nuca e me deu um beijo forte.
E como já era de costume, se afastou dando uma leve mordida no meu lábio...
(Ela me deixava louca quando fazia isso...)
Eu a apertei com força, e a trouxe de volta quando ela tentava se afastar.
A abracei forte e senti que estava protegida.
E eu precisava protege-la.
(Era o meu dever enquanto a amasse.)
Eu a abracei com mais força, e disse bem baixinho, para que só nós duas pudéssemos ouvir:
-Só existo enquanto houver você no mundo.