Fecho os meus olhos com o meu maior medo de não poder ve-lo novamente.
Fecho meus olhos preparando-me para não enchergar mais nada quando abri-los.
Fecho meus olhos sem esperança de acordar deste sonho, que eu sei que na verdade é pesadelo, e que eu sei que não vai acabar.
A lama alcansa meu pescoço, suja meus cabelos, entra na minha boca. A lama entope minhas artérias, por mais impossível que isso seja.
Estou irremediavelmente presa à lama.
A lama me engole, me engloba, me toma.
E eu já não posso mais ver.
E estou paralisada com a lama.
E a única coisa que me dá vontade de continuar vivendo, é o som da sua respiração descompaçada no meu ouvido.
É o vento que ela faz e que eriça os pelos da minha nuca.
É a esperança de uma última vez tocar os seus lábios, com o mais suave mel da minha boca.
...
Triste foi quem perdeu seu tempo lendo isso, triste foi quem caminhou ao encontro da morte lendo isso. São apenas memórias insólitas de uma alma refugiada. São apenas memórias de uma morte que ainda não veio. São apenas memórias de quem acha que lembrar não vale a pena...
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