sábado, 17 de julho de 2010

Sereno

Sinta a brisa
desgrudando os cabelos suaves da sua testa.
Feche os olhos, respire, esqueça tudo.
Focalize o momento.
Deixe passar os pequenos problemas.
Sinta a roupa esvoaçar no corpo, o vento fugir.
Sinta a areia se debatendo por sob seus pés.
Abrace o infinito, deguste-se nas intermitencias da vastidão.
Dê significado aos seus atos.
Dê valor aos seus amigos.
E lembre deles agora, quando o sol cai vagaroso, e lua sobe pomposa.
E dedique-se a eles amanhã, quando o seu olá significar muito.
Desvencilie-se das barreiras temporais; o que é importante é caracterizado pela atemporalidade.
Beije o sol, reuna os grãos de areia na palma das mãos.
Desdobre-se pelo milagre, regurgite um sentimento feliz.
E nunca esqueça, desse momento.
Nunca se permita perder esse sentimento leve, que dá o ímpeto de voar.
E bata suas asas, contra o vento que fustiga.
E atarefe-se do prazer de bate-los, mesmo que o movimento não tire seus pés do chão.
Caia de costas, sinta-se livre.
E quando a liberdade só não bastar, desacorrente um outro alguém.
E pernoiteie em andanças amigas, festejando a liberdade que nos foi conferida.
Se permita sentir isso, ao menos uma vez na vida.
Voe, se permita ficar nu, de mascaras, falsidades e vícios.
Permita que alguém te veja nu, completamente nu, dos intemperismos mundanos.
E passe o conselho adiante.
O inverno castiga, mas o sol ainda há de secar as últimas lágrimas que a chuva deixou cair.

2 comentários:

  1. amei o otismo do texto, mostra como vc pode escrever sobre qualquer sentimento e deixa-lo lindo, nunca pare de escrever, por favor

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  2. soh tome cuidado pra não bater com a cabeça em limites materiais. mas de resto todos devemos fazer isso mesmo xD

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