Flávio Coelho de Oliveira |
Tudo faz aniversário.
Os dias passam.
Contamos 365 longos dias desde algo.
Bum: aniversário.
Dia 07/10
Aniversário.
Fim.
Recomeço.
Re-união.
Ou não.
Ou sim.
Não importa.
O que importa, é que neste dia, eu tive de concordar.
Que 365 dias de ausência passaram.
E eu achei que nem fosse notar.
Achei que nem fosse perceber a ausência.
Que nem fosse chorar a distância.
Ingenuidade.
Como eu poderia não notar a ausência de alguém que esteve presente em 94,2% da minha vida?
Como eu poderia achar, que 365 dias não são nada?
Apenas uma pequena porção dos mais de 6.000 que vivi, mas....
Antes sentisse os dias.
Mais que isso.
Senti o ano, senti as semanas, senti os dias, senti as horas, senti os minutos, senti os segundos.
Mas ainda assim, parece que foi ontem.
Ontem que chorei o teu poente sob a chuva.
Ontem que esperneei lágrimas que não continha.
Ontem que te dediquei carta e terço.
Ontem que me despedi.
Ontem, que ainda pequena, brinquei de balanço sob tua vigília.
Que escutei o cantar dos pássaros que no quintal em pg procriavam.
Que ri, que brinquei, que fui criança.
Do teu lado.
E me sobraram o relógio.
Que faz tic tac como o som do seu coração valvular.
De fundo azul que lembram o céu e a piscina que tingiram minha infância.
Que jazia em teu pulso sempre, mesmo quando o olhar não lhe permitia decifrar as horas.
Chorei este dia, uma lágrima amarga, que doía na garganta.
Mas chorei, não por tristeza.
Chorei de saudade.
Uma saudade cronica, que tende a crescer ao longo dos anos.
E nas minhas crises de abstinência de você, lembrarei dos dias felizes.
E ficarei feliz, porque eu sei, que em pouco tempo nós iremos nos reencontrar.
Te amo.
Nada que você não saiba.
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