Existe luar aqui, e do outro lado do mundo.
Na verdade, existe vida aqui, e do outro lado do mundo.
Existe tanto amor e tanto ódio aqui, quanto do outro lado do mundo.
Existe eu e você, assim como o outro lado do mundo.
Existe verdade, alegria, tristeza.
Existe mentira, falsidade, avareza.
Existe de tudo, quanto tudo, aqui e do outro lado do mundo.
O que me separa, deveras, da tua existência?
Se observo as mesmas fases de lua, as mesmas desgraças, as mesmas descrenças?
Existe de tudo aqui, quanto tudo, e do outro lado do mundo.
E se na verdade saborear palavras me fizesse deleitar um mar de rosas?
Existe de sombra à luz, do outro lado do mundo.
Mas não existe você.
Existe exílio.
Mas não existe você.
Existe vazio.
Mas eu não existo.
Eu morro, tanto aqui, quanto do outro lado do mundo.
Quem sou eu
sábado, 20 de março de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
D'silêncio os Amantes.
Meus dedos desejam percorrer-te.
Meus dedos precisam desvendar-te.
Fazer com teu corpo música e sinfonia.
Meus dedos dançantes subindo a tua cintura, dedilhando nas cordas invisíveis de teu ventre uma música adocicada.
Meus lábios desejam provar-te.
Meus lábios precisam beijar-te.
Fazer com meus lábios desejo e som.
Meus lábios ociosos brincando teus seios, brincando tuas curvas nuas, banhadas de suor.
Eu preciso descobrir as tuas mentiras, arrancar tuas máscaras.
Eu te quero nua, de corpo e alma.
Eu te quero pra mim, e só pra mim, nesse instante que não pode acabar.
Eu quero teu abraço.
Eu quero tuas pernas e teu quadril.
Eu quero do início ao fim.
Não deixe esse mundo acabar. Não podemos nos tornar reféns do tempo.
Me abrace e diga que ainda me amará amanhã.
Eu brincando teus cabelos, cacheando-os nos meus dedos, furtando-lhes o odor.
A gota de suor escorrendo tua testa, e eu vendo, tamanha ousadia do suor te macular.
'Meu sonho, me segure para não escapar.'
...
Meus dedos precisam desvendar-te.
Fazer com teu corpo música e sinfonia.
Meus dedos dançantes subindo a tua cintura, dedilhando nas cordas invisíveis de teu ventre uma música adocicada.
Meus lábios desejam provar-te.
Meus lábios precisam beijar-te.
Fazer com meus lábios desejo e som.
Meus lábios ociosos brincando teus seios, brincando tuas curvas nuas, banhadas de suor.
Eu preciso descobrir as tuas mentiras, arrancar tuas máscaras.
Eu te quero nua, de corpo e alma.
Eu te quero pra mim, e só pra mim, nesse instante que não pode acabar.
Eu quero teu abraço.
Eu quero tuas pernas e teu quadril.
Eu quero do início ao fim.
Não deixe esse mundo acabar. Não podemos nos tornar reféns do tempo.
Me abrace e diga que ainda me amará amanhã.
Eu brincando teus cabelos, cacheando-os nos meus dedos, furtando-lhes o odor.
A gota de suor escorrendo tua testa, e eu vendo, tamanha ousadia do suor te macular.
'Meu sonho, me segure para não escapar.'
...
quarta-feira, 3 de março de 2010
O conto dos céus
A Bruxa se rendeu aos seus próprios encantos. A Bruxa sucumbiu aos seus próprios feitiços. Ou parece que desta vez, simplesmente resolveu não intrometer-se. Talvez, não difamar a informação, tenha sido o segredo para o encontro não cair nos ouvidos perversos da Bruxa. As maldições foram esquecidas, ou por um ato piedoso, ou pela negligência. Quaisquer das alternativas, tornaram possível o encontro entre Allat e Ta'Lab, quando puderam escapar das vigias constantes à Lua. Allat e Ta'Lab juntos então. Juntos com um Ciclope e sua Afrodite e ainda Reia, mãe que era, supervisionando os Deuses brincando de mortais. Não há erro enquanto tudo corre bem. Todos rindo, brincando, relembrando os festivais o Olimpo. E a Bruxa em sua casa cai em si, e decide que então é hora de afastar Allat e Ta'Lab. A Bruxa cata na prateleira alguns itens e joga tudo no caldeirão:
-Rabo de rato, língua de sapo, mosca vesga, trepadeira. Lágrima de corvo, pena de pombo, fios de cabelo de uma virgem. Sangue de santo, veneno mortal, pedaço de pano cortado com punhal. Olho de gato, remela de ciclope, amor de Afrodite, presas de morcego. Grãos de romã, areia de inverno, água salgada, mexidos na chama do inferno.
Completa a poção, à cima do caldeirão ergueu-se uma fumaça verde e espessa, que logo tornou translúcida o encontro dos Deuses, como se observados de uma pequena janela. A Bruxa apontava e gesticulava, tecendo e repetindo o seguinte encantamento:
-O Mensageiro traga a noite, e faça descer a Lua. Que vão com muita sede ao pote, morrem na salmoura. O Mensageiro traga a noite, e faça descer a Lua. Que vão com muita sede ao pote, morrem na salmoura.
Sete vezes o verso foi dito, e sete vezes dita depois, a noite caiu. Tão rápida quanto seria de se esperar se o filme estivesse em câmera rápida. A Lua desceu. E Ta'Lab teve de despedir-se de Allat. Deveria agora vigiar a lua. Ta'Lab postou-se no céu, e Allat foi descansar, preparando-se para a sua vigília iminente. Allat chorava, triste, por ter de deixar seu querido Ta'Lab. A Bruxa ria de satisfação, seu plano dera certo. Estavam mais uma vez separados. Ta'Lab, não suportando ver as lágrimas de Allat choverem no mundo, escreveu no céu as Três Marias, onde se postou eternamente. Assim, sempre que Allat mirava o horizonte, achava seu amor, cuidando do céu.
Assinar:
Postagens (Atom)