Flávio Coelho de Oliveira
(13/10/1931-07/10/2009)
Enterrou os irmãos, uma filha, além de outros amigos.
Criou tres netas.
Passou por mais de 11 cirurgias.
Tinha uma válvula artificial aórtica no coração.
Era praticamente cego.
Descobriu no dia 16 de julho de 2009 que tinha câncer no estomago.
Sofreu várias disfunções cardiacas e pulmonares ao longo de sua estadia no hospital.
Não pode tratar o câncer.
E morreu, lutando, assim como viveu.
Não desistiu da sua vida, nem no último segundo. Me formou, me criou, meu segundo pai, meu herói. Foi o responsável por muitas das minhas escolhas. Me deu colo, abraços, risos. Não digo que não houveram brigas; houveram, muitas. Mas todas medidas na quantidade certa pra nunca diminuir o amor. Parece que hoje, morre também um pedaço de mim. O pedaço que foi criado única e exclusivamente por ele. Mas eu sei, que em algum lugar, as coisas melhoram, pro maior herói que eu pude conhecer. Desculpa se muitas vezes não fiz as coisas do jeito que deveria. E por não demonstrar com mais vontade que o amor era tão grande, que eu não sabia demonstrar. Avô, você viverá pra sempre em mim.
A saudade, é um trem de metrô, subterrâneo obscuro, escuro claro, é um trem de metrô.
A saudade, é prego parafuso, quanto mais aperta, tanto mais difícil arrancar.
A saudade, é um filme sem cor, que meu coração quer ver colorido.
A saudade, é uma colcha velha, que cobriu um dia numa noite fria, nosso amor em brasa.
A saudade, é Brigitte Bardot, acenando com a mão um filme muito antigo.
Zeca Baleiro
Não existem muitas coisas que possam ser ditas. A perda é verdadeira, mas relativa. Meu coração palpita biologicamente, enquanto minhas emoções me digerem. Não há preparo físico ou mental. É quase que unicamente uma questão de egoismo. Ninguém precisa sentir além de nós. Ninguém precisa sofrer além de nós. Mas, tão espontaneo e friamente, eu me sinto sozinha, mesmo que envolta à pessoas. Não vou esquecer, porque esquecer não é a resposta. Não vou deixar de sofrer, porque agora, não é a resposta. Mas tranquila, eu agradeço aos céus, porque foi a melhor coisa que pra ele poderia acontecer. Obrigada, por um dia eu ter podido conhece-lo. Por um dia eu ter podido ama-lo, e por ele ser amada. Obrigada pelas memórias que construímos. O amor, é o que nos impulciona. E por você vovô, eu serei tudo o que eu quiser ser.
Improviso choroso
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Talvez
as lágrimas sejam mesmo só egoismo
e isso seja chorar em vão.
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Talvez
a tristeza só sirva pra me alertar:
a vida é passageira.
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Mas talvez,
eu tenha ganho muito mais do que planejava.
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Talvez,
o amor não seja predeterminado pelos laços familiares.
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O que importa, é que predeterminado, ou não,
eu o amei, e ainda o amo, com todas as minhas forças.
Bianca Saguie
Hoje não existe inspiração, contentem-se com isso.
Bianca, seu blog e posts são lindos, mas não resisti a esse.
ResponderExcluirEmocionei-me de tal forma que cheguei a chorar, não acompanhe sua relação com seu avô, mas deu p. notar que era uma das mais lindas. Mas é certo de que ele está em um lugar bem melhor, como vc disse.
amei seu blog, e em especial esse post.
beeijo.