sexta-feira, 22 de junho de 2012

Poesia

E no meio da noite sem luar puxou a minha mão, segurou-a com força, convidou minha boca para dançar.
Você bagunçou o meu cabelo, e me deu um abraço de fazer o tempo parar.
E com um tanto de confiança, encaixou seu rosto perfeitamente ao meu ombro, fazendo meu coração disparar.
E se eu pudesse, descreveria em tantas palavras, o seu olhar, quanto as pudesse usar.
Mas o seu olhar não me permite, com pífias palavras tentar espelhar.
E de tanto esperar por esse encontro, com os dias sorrateiros e melancólicos a passar, se fez muito rápida a sua estadia, e anseio já o seu retornar.
Mas com um tanto de angústia me faço calar, dessa esperança no meu peito a gritar.
Pois me parece estranha, a sua relutância, e o meu pesar...
E parece que foges.
E se foges, por que finges?
Por que faz me crer que sentes o recíproco do meu ser?
E se foges, por que finges?
Se tantas vezes pedi verdades ao invés de mentiras?
E o meu coração mais uma vez padece...
Padece em dor e angústia.
E quanta lamúria, faz este coração insensato, que é um tolo de fato, permitindo-se novamente apaixonar...
É que eu escrevo poesia.
Quem quer ler tantas rimas?
Eu.
Só eu quero continuar a ler as minhas próprias ladainhas.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Enfim

Acho que desaprendi a usar as palavras.
Ou simplesmente perdi algo que valesse a pena ser descrito.
Acho que desaprendi a usar meus olhos.
Ou simplesmente perdi algo que valesse a pena ser visto.
Acho que desaprendi a usar as mãos.
Ou simplesmente perdi algo que valesse a pena ser tocado.
Acho que desaprendi a usar meu ímpeto.
Ou simplesmente perdi algo que valesse a pena ser vivido.
Acho que desaprendi a usar a minha boca.
Ou simplesmente perdi alguém que valesse a pena ser beijado.
Acho que desaprendi.
Acho que desaprendi a ser sozinho.
Acho que desaprendi a ser sozinho nesse mundo nocivo.
Acho que perdi.
Acho que perdi muito mais.
Acho que pedi muito mais do que algum dia possui.
Estou aguardando o dia em que desaprenderei a perder.